segunda-feira, junho 28, 2010

A tal carta

Há mais de um mês que tenho papel e caneta em cima da mesa.
Não sei o que te escreva, o que te diga.
Penso que tudo o que te queria dizer foi dito, já há muito.
Hoje já não precisamos de dizer nada.
Conheces os meus gestos, os meus traços, o meu sorriso e as minhas lágrimas.
Sei quando estás triste, alegre ou simplesmente bem.
Construímos um mundo de tudos.
Deixámos ir os nadas.
Somos como um jardim que vê todos os dias uma nova flor.
Perco-me em ti e encontras-me sempre.
Vivemos anos que nem sabíamos quem eramos.
E estávamos sempre tão perto.
Estivemos sempre tão perto...
Agora estamos aqui, onde o destino nos quer.
Onde nos queremos. 

3 comentários:

Anónimo disse...

São cartas não entregues, palavras não ditas... O destino nos leva as vezes sem que queiramos...
Como se nos arrastasse para junto dele sem pedir permissão.
Muito bom o texto.

Beijo.

Jonas Vobiscum disse...

Construções, destruições, o tal falho, previsível e repentino ser humano, nós.

T disse...

Parece-me que afinal sabes o que dizer...