quinta-feira, dezembro 02, 2010

Submergida

A água abraça-me, empurra-me. 
Correntes fortes impedem-me os movimentos. Sinto as forças a fugir.
O que antes era elemento de calma é agora ponto de teste, de fuga.
Silêncio avassalador debaixo de metros cúbicos do elemento mais insípido do universo.
Olhos fechados, frio intenso.
Afundo-me. Pulmões fecham-se, ar que não passa.
Leveza no corpo, dureza na alma.
Toco, sinto a água a percorre-me o corpo, a deixar-me ir. 
Não tenho mais medo, é o que tem que ser.
Água, berço de todos os seres, leito de morte de meninas tristes. 

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