sexta-feira, outubro 22, 2010

Fazes-me tanta falta....



Não sei há quantos anos te perdi, não fixo essas datas.
O que me lembra são as tuas mãos, as mãos enormes e rugosas com que puxavas a minha quando me ías buscar ao infantário.
As mãos que me passavas nas costas quando sabias que eu estava triste e me dizias: "a minha trigueirinha que quando chora o verde ainda mais brilha nos olhos".
Da sopa quente que tinhas à minha espera quando voltava à terra vinda da cidade grande.
Nunca mais nada tocou estes lábios com tal sabor.
Passava-me no peito e a dor minorava.
Dava tudo avô, para estares aqui agora, para me abraçares e me dizeres que tudo ía ficar bem. Tudo.
Enquanto me davas pão com manteiga e açúcar e os teus cabelos brancos como a neve, sempre penteados à escovinha me diziam da tua sabedoria.
Fazes-me tanta falta avô, tanta falta.

Sem comentários: