
Em Budapeste vi a natureza tomar conta da cidade, vi como o Danúbio invadia espaço que não era seu e sob o sol abrasador de Agosto não temia o seu destino de voltar para onde nunca deveria ter saído.
Na altura, na realidade não vi, não olhei, não quis, estava fechada para tudo o que à minha volta acontecia. Por entre parques, trabis, pegadas de uma cidade ainda a compor-se de um regime opressivo, visitei quem me era muito querido e me quis mostrar aquela cidade, como sua por uns meses.
Em longos passeios por Buda e Peste, onde os cheiros se misturavam com o borburinho de pessoas que falavam uma lingua que nada me dizia, aprendi a ver o mundo pelos olhos de outro, comecei a acreditar que só não acontece o que não acreditamos ser possivel e que coragem de ir para longe está sempre dentro de nós.
Lá alguém me olhou como era, chegou talvez a amar-me, nunca o irei saber, a vida levou-nos por caminhos diferentes e eu não vi, não olhei, não quis.
Entre gente, passeios, luares, flores, cheiros, sabores, vi uma cidade plena, agitada, rápida, mas ao mesmo tempo muito autêntica, ciente dos seus valores ancestrais, na qual, os seus habitantes a vivem em pleno e comungam com ela as suas vidas, os seus sentimentos.
Ainda hoje me pergunto, que teria acontecido se tivesse visto.
Para o amigo T, que quer os meus escritos sobre viagens e tanto me ensinou nesta.
1 comentário:
Gosto, gosto, gosto! Eu também quero os relatos das tuas viagens aqui. Bjs.
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