domingo, maio 24, 2009

Filha única

Somos aquilo que nascemos, mais aquilo que fazem de nós dentro do mundo em que nos inserimos. Somos feitos dos momentos que passamos, dos valores que defendemos, à cultura com que nos identificamos.

Mas não escolhemos a família, a nossa origem e a nossa essência. A minha é a de ser filha única numa família numerosa, feita de uma mãe com oito irmãos.

Ser filho único é viver para sempre com a sensação de solidão no meio de multidões. Por mais que tenhamos, amigos, primos e tios, companheiro, seremos sempre um só, sozinhos e a sensação por mais anos que passem nunca irá desaparecer.

Carregamos o vazio de quem vai ficar sempre só, de quem está sozinho, não vivemos qualquer tipo de ilusão de que alguma vez perderemos essa espécie de buraco aberto no peito. Aprendemos a viver assim, sempre carregando uma tristeza quem não é e que quem não está só dessa maneira, jamais irá compreender.

2 comentários:

tetragrammathon disse...

Não sei o que é ser filho único...mas sei o que é estar nos antípodas dessa situação....ser gémeo.

Ser gémeo é como ter uma sombra, um eterno aliado que esta sempre ao nosso lado. Um ser que nos compreende de uma forma quase perfeita desde que nascemos.

À mágoa e a tristeza surgem quando penso que um dia poderei ser forçado a viver sem este ser que nasceu ao mesmo tempo que eu e com o qual sempre partilhei a vida e que chamo de irmão.

Talvez esse peso seja maior do que o vazio da solidão.....

stories behind objects disse...

só quem não é filho único pode achar que ser filho único é bom.

eu sou filha única e sem filhos numa família pequena. quando penso em família, penso nos meus pais... acho que a minha família acaba em mim. e esta não é uma sensação boa.