Somos aquilo que nascemos, mais aquilo que fazem de nós dentro do mundo em que nos inserimos. Somos feitos dos momentos que passamos, dos valores que defendemos, à cultura com que nos identificamos.
Mas não escolhemos a família, a nossa origem e a nossa essência. A minha é a de ser filha única numa família numerosa, feita de uma mãe com oito irmãos.
Ser filho único é viver para sempre com a sensação de solidão no meio de multidões. Por mais que tenhamos, amigos, primos e tios, companheiro, seremos sempre um só, sozinhos e a sensação por mais anos que passem nunca irá desaparecer.
Carregamos o vazio de quem vai ficar sempre só, de quem está sozinho, não vivemos qualquer tipo de ilusão de que alguma vez perderemos essa espécie de buraco aberto no peito. Aprendemos a viver assim, sempre carregando uma tristeza quem não é e que quem não está só dessa maneira, jamais irá compreender.
2 comentários:
Não sei o que é ser filho único...mas sei o que é estar nos antípodas dessa situação....ser gémeo.
Ser gémeo é como ter uma sombra, um eterno aliado que esta sempre ao nosso lado. Um ser que nos compreende de uma forma quase perfeita desde que nascemos.
À mágoa e a tristeza surgem quando penso que um dia poderei ser forçado a viver sem este ser que nasceu ao mesmo tempo que eu e com o qual sempre partilhei a vida e que chamo de irmão.
Talvez esse peso seja maior do que o vazio da solidão.....
só quem não é filho único pode achar que ser filho único é bom.
eu sou filha única e sem filhos numa família pequena. quando penso em família, penso nos meus pais... acho que a minha família acaba em mim. e esta não é uma sensação boa.
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