Toda a minha existência tem sido guiada por um espírito lutador de quem tem que procurar encontrar o caminho, e fazer por chegar ao fim sem nunca desistir.
Mas de facto quase 30 anos depois o cansaço começa a apoderar-se de mim em forma de um manto espesso que invade as entranhas e me apaga a alma, me arranca o sorriso e anestesia a vontade.
O verde dos meus olhos denuncia um vazio. A minha expressão é pesada, acentuando as características olheiras que o mundo em volta facilmente percebe.
Nunca a expressão “desistir” foi tão clara na minha mente. Algo que nunca fez parte do meu vocabulário é agora uma constante, é como uma má música que fica no ouvido e teima em surgir nas alturas mais estranhas.
Em pleno Séc. XXI, nunca assisti a tanta maldade, pessoas tão vis e tão corruptas que mereciam que alguma forma de inquisição voltasse para as acusar em praça pública, simplesmente por crimes contra a humanidade, contra agressões verbais a outros seres humanos.
A luta por algo bom e que valha realmente a pena, começa a ser questionável, os dias são longos, as horas parecem abismos... a impotência é nítida e incontrolavel, o mundo é cru, seco, desprovido de sentimentos.
Uma certeza apenas, há que ser mais forte e continuar a lutar, não sei por quanto tempo, mas será o tempo que o corpo e o espirito permitam e me levem ao meu caminho.
Como canta Morrisey...”There’s a light that never goes out”
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